Qualidade de vida é a nova fronteira da medicina preventiva

Pesquisa aponta que 64% dos brasileiros já mudaram hábitos para evitar doenças; especialista defende que saúde deve ser pensada antes da doença aparecer, quando algum sintoma já incomoda ou até mesmo antes dele aparecer.

 

Um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos, em 2024, mostrou que 64% dos brasileiros afirmam já ter mudado hábitos para prevenir doenças crônicas, priorizando alimentação, exercícios e cuidados com a saúde mental. O dado reflete uma tendência crescente: a busca por qualidade de vida deixou de ser apenas estética e passou a ser entendida como estratégia de longevidade, melhora da perfomance e sentir bem. 

Para a médica e farmacêutica Dra. Sâmia La-Côrte, mestre em Saúde pela UFJF e especialista em endocrinologia, nutrologia e medicina integrativa, esse movimento é fundamental. “Por muito tempo, a medicina foi acionada apenas diante do adoecimento. Hoje entendemos que cuidar do corpo e da mente antes do sintoma é a chave para envelhecer com autonomia e prevenir doenças graves”, afirma.

Ela explica que a prevenção não se resume a consultas periódicas, mas acompanhamentos funcionais , integrativo  e envolve uma rotina de escolhas conscientes: alimentação balanceada, acompanhamento e modulação hormonal, equilíbrio metabólico e manejo do estresse. “A medicina funcional integrativa permite olhar o indivíduo como um todo. Não é apenas tratar colesterol alto ou uma alteração hormonal, mas entender como cada parte do organismo se comunica e como podemos restabelecer essa harmonia, buscando e tratando as causas dos processos envolvido”detalha.

Segundo a especialista, investir em qualidade de vida também reduz custos com saúde pública e privada a longo prazo, uma vez que doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade representam a maior fatia de internações e tratamentos de alto custo. “Cada vez que conseguimos evitar a progressão de uma doença crônica, estamos não só prolongando a vida do paciente com qualidade, mas também reduzindo o impacto financeiro no sistema de saúde”, aponta.

Além da prevenção, Dra. Sâmia destaca que a medicina estética avançada e regenerativa tem papel complementar, já que autoestima e bem-estar também influenciam diretamente a saúde. “Não existe corpo saudável sem mente saudável. Quando o paciente se olha no espelho e se sente bem, esse reflexo positivo se traduz em melhores escolhas e maior engajamento no autocuidado e nos tratamentos”, acrescenta.

O futuro, segundo ela, será cada vez mais voltado para protocolos personalizados. “A medicina não é de massa, é de indivíduos. O que funciona para um pode não funcionar para outro. Precisamos de escuta, ciência, personalização e precisão, para alcançar resultados reais”, conclui.

 

Fonte da pesquisa citada

Ipsos. “Global Views on Healthcare” – 2024. Disponível em: https://www.ipsos.com

By Balcão da Notícia

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